sábado, 26 de outubro de 2013

Doutor 171 usava cimento em vez de silicone

Falso médico, que é transex, aplicou em si mesmo o concreto
Após uma série de denúncias por danos a pacientes e exercício ilegal da medicina, a vida profissional de Ron Oneal Morris, também conhecido como "Doutor Cimento", desabou. Acusado de realizar cirurgias estéticas em mulheres usando materiais tóxicos como cola, selante de pneus e cimento, o falso médico foi preso quinta-feira pela justiça americana e cumprirá pena de um ano em regime fechado. O caso chama a atenção para os riscos de se realizar procedimento cirúrgico sem consultar um profissional especializado.
As acusações começaram em 2010, quando uma das pacientes pagou cerca de mil reais para aumentar os glúteos, o que lhe rendeu uma pneumonia e quadris deformados. Após investigações, peritos descobriram que supercola e óleos minerais tinham sido implantados nas nádegas.
O falso médico, que é transexual e chegou a aplicar a técnica em si mesmo, também é apontado como responsável pela morte de Shatarka Nuby, de 30 anos. Ela recebeu as injeções de Morris nos lábios, coxas, seios e glúteos. Ele utilizou cola e algodão para ‘costurar' a área, o que acabou fazendo com que Shatarka contraísse uma infecção generalizada.
Segundo a polícia, pesam sobre ele as acusações de exercer a medicina sem licença, causar danos a outras pessoas e cometer homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.
Sebastião Guerra, conselheiro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, afirma que "o uso de substâncias caseiras como próteses é comum e extremamente perigoso". Como efeito colateral, o paciente pode ter infecção, choque alérgico e até atrofias na pele. Segundo ele, "toda nova técnica deve ser testada, publicada e reconhecida pelos conselhos de medicina antes de ser aplicada".

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