A belga Sylvia Broeckx (foto), 35, radicada na Inglaterra, produziu o documentário “Abrace um ateu” (tradução literal) com o propósito de mostrar aos americanos que o ateísmo e os ateus não são os bichos-papões, muito deferente, portanto, do que os líderes religiosos pregam e do que pode parecer a muita gente.
Ela resolveu fazer o filme porque ficou sensibilizada com alguns casos de admoestação a ateus nos Estados Unidos, principalmente aos adolescentes Jessica Ahlquist e Damon Fowler, que foram alvo da fúria de cristãos porque se opuseram às orações impostas na escola (pública) de cada um deles.
Ambos sofreram ameaça de morte, e a família de Fowler o expulsou de casa.
O filme de 90 minutos — o primeiro longa de Broeckx — foi apresentado no Festival Anual de Filmes Ateus de San Francisco (EUA). Agora a cineasta vai inscrever o filme em outros festivais, com a expectativa de que uma rede de TV americana se interesse por ele.
O documentário apresenta entrevistas de ateus de Estados americanos como Texas, Illinois, Kentucky e Pensilvânia. São pessoas comuns, não ateus que militam em organizações e, por isso, têm certa visibilidade nas TVs a cabo.
Cada um deles conta como é marginalizado pela sociedade e até pela família por não acreditarem em Deus.
“Eu sempre tive a convicção de que a América foi fundada sobre a liberdade de religião”, disse. “Mas tive um choque quando descobri que, diferentemente em relação à Europa, ser ateu na América pode ser um grande problema.”
Broeckx obteve o dinheiro para promover o filme por intermédio de um site pelo qual as pessoas fazem doações para empreendimento envolvendo uma causa.
Em 53 dias ela obteve US$ 27.000. Um único doador (um cineasta) doou US$ 10.000.
Ela disse que o seu documentário mostra que os ateus são pessoas como qualquer outra. “Minha intenção foi colocar um rosto no ateísmo, e esse rosto pode ser do vizinho de quem assistir o documentário, de seus amigos, dos colegas de trabalho que são descrentes sem que eles revelem isso.”
Dave Fitzgerald, organizador do festival, disse que o documentário de Broeckx é “maravilhoso” porque lida com a realidade, com coisas reais.n“Seus temas não são caricatura. Ela mostra que as pessoas comuns sempre têm algo de extraordinário para dizer.”
No caso do “Abrace um Ateu”, a cineasta, disse Fitzgerald, aborda a moralidade, o relacionamento com a família, o sofrimento e a morte do ponto de vista de quem não acredita no sobrenatural.
Com informação do Washington Post e agências.
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