sábado, 26 de janeiro de 2013

Produtor critica artistas brasileiros que cantam em inglês




O produtor estadunidense Jack Endino – mundialmente conhecido por pôr na praça o debut do NIRVANA, em 1989 – criticou as bandas brasileiras que insistem em compor suas canções em língua inglesa.
O desabafo dele foi feito, na tarde desta quarta-feira (23), em seu Facebook e gerou um sem número de críticas à sua colocação.
“Bandas brasileiras!!! POR QUE VOCÊS ESTÃO CANTANDO EM INGLÊS? EU NUNCA CONSIGO ENTENDER UMA PALAVRA!”, pontuou.
Mas ele nada tem contra grupos tupiniquins, afinal, já produziu álbuns de artistas como os Titãs e Nando Reis.
Endino continuou sua crítica: “Qual o sentido disso? Nunca vai dar o sucesso a vocês fora do Brasil e eu não vejo como isso pode ser um sucesso DENTRO do Brasil. Sim, eu conheço que Sepultura fez isso, mas o inglês deles era excelente, as letras deles eram boas e eles faziam parte de uma gravadora internacional de Metal. Quem mais conseguiu isso? Eu estou perplexo e intrigado com isso”.
Em três horas, havia mais de 250 comentários – alguns apoiando-o.
(Veja a postagem aqui em inglês)
Em sua maioria, contudo, as recomendações não eram das melhores, havendo xingamentos ou mesmo vários “escute, antes de falar algo”.
Outros usuários da rede social ironizavam: “E se as bandas cantarem em português? Você entenderá alguma coisa?!”.
A vocalista e baixista do power trio NERVOSA, FERNANDA LIRA, colocou: “Minha banda não é e nunca vai ser um SEPULTURA, mas existem muitos grupos que podem cantar com uma boa pronúncia, a exemplo do Korzus, Torture Squad e várias outras. Você não está errado quando diz que há muitas bandas que não tem sotaque perfeito ou mesmo razoável, mas não é exclusividade do brasileiro – isso acontece com todos que tentam falar outra língua [...] Eu acho que algumas pessoas que tentam manter seus sonhos vivos podem ter se sentido ofendidas”.
SIMONE DO VALE, ex-baixista da banda carioca AUTORAMAS – que inclusive compõe em português –, também ficou sentida. "Como brasileira, eu sinto que este post é repugnante. Não é dessa maneira que uma pessoa como você deve tratar os garotos", escreveu ela.
Segue adendo à nota enviado por André Wesley...
Tudo começou quando Phelipe Andrew, baixista da banda pessoense The Noyzy, enviou pelo Facebook, o link do EP de sua banda a Jack Endino, e então, ele comentou: "A música soa bem mas não entendo nada das palavras (em inglês)".

Fonte: http://whiplash.net/materias/news_831/171942-jackendino.html

3 comentários:

  1. "Quem mais conseguiu cantar ingles e fazer sucesso, alem de sepultura???" - R: Angra, Korzus, Krisiun, Torture Squad e la vai uma lista enorme... A questão é: Não tem nada haver o cu com a calsa. O sucesso de artistas não dependem exclusivamente de qual língua eles optam, e sim de seu próprio TALENTO! Seja portugues, ingles, frances, alemao, ou qualquer outra. Essa coisa de "é brasileiro, fala / canta portugues" está por fora! Em diversos países no mundo as pessoas sabem falar outras linguas pois aprender um pouco da CULTURA do outro sempre faz bem!

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  2. Resumindo. Fiquem com o mercado de músicas em português e deixe o mercado de músicas em inglês para nós, os americanos. Só faltou pedir Por favor. Isso tem nome e se chama desespero. Não estamos mais na década de 1990 onde o único modelo válido era o ditado pelos senhores. Hoje temos ótimas bandas do Acre (Los Porongas), passando por DF Mato Grosso ao Rio Grande do Sul e diferentes de tudo o que se pensava em ouvir.

    A música no Brasil e acredito que nos países do sul está passando por uma fase de reinvenção interessante e pela qual o Rock em outras partes do mundo não passou. Quem começa ouvir álbuns independentes se admira com a quantidade e qualidade dos mesmos e fica indignado porque algumas canções não tocam no rádio ou em outros meios de difusão. No entanto, esta reinvenção - o que é mais preocupante para as grandes empresas da indústria musical – acontece fora das gravadoras e principalmente nas gravadoras independentes. Acho que se não mudou, o eixo de produção e fruição musical está mudando e ainda levaremos algum tempo para perceber. Principalmente porque o rock não é mais o que era. A atitude que era um elemento importante no rock permanece a mesma desde seu surgimento. Embora a realidade tenha se transformado de 64 para cá e ter requerido a cada dias novas atitudes. O Rock e principalmente este produzido pelos EUA e descarregado aqui no Brasil e demais países da América Latina é desatualizado, anacrônico, cheio de “mimimi”, não possui compromisso e já não satisfaz tanto o gosto dos brasileiros. Então. Se de repente o brasileiro começa a reinventar sua música. É preferível ouvir algo que não dá pra entender, mas que possui um novo sentido melódico, harmônico e rítmico do que ouvir a mesma coisa, a mesma batida e ainda não entender.

    Espero que seja um caso isolado, mas vejo como infrutífera e mal elaborada esta tentativa de frustar a produção de música brasileira em inglês, principalmente entre aqueles que estão começando agora. Porque a cada dia aparecerão novas bandas brasileiras cantando não apenas em inglês, mas em português, em outras línguas e até em línguas bizarras e artificiais como o caso da Vanguart que produziu em inglês, português e espanhol. E isto é bom porque a cada dia estaremos produzindo mais músicas em inglês para brasileiros e a cada dia os americanos estarão produzindo menos música em inglês para os brasileiros. E pode esperar. A cada dia, críticas como estas irão aparecer porque estaremos conquistando o nosso mercado. E isto se chama autonomia. Capacidade de definir os próprios rumos e por isso começa a preocupar.

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